quarta-feira, maio 31, 2006

Minha carne de ímpeto

Não me basta! Tua visão solitária de corpo sozinho sentado à mesa é me francamente insuficiente. É pouco sustento às fantasias que me tomam as forças da mente. Sinto me perdendo, errando por estes caminhos que a mim não te levam, que a ti não me trazem às mãos. Urgências adimensionais sem formato de medida. Receptividade plena, entrega da mesma natureza. Instintos condutores das minhas ideias fluatantes. Abracções que sobre nós dois pairam e sobre nossos corpos recaem. Aguardo, impaciente espectadora dos cenários que podiam ser nossos e que, ainda, não são! São apenas saberes que sentires não são, a não ser desejos de partir. Ir além daqui. Espaço terreno de tão mundano que é me satura os intistintos. Cavernosos desejos. Fantasia que goteja, meus traços puros que almeja! Aspirações do chegar a ter mais que mãos vazias. Dissabores da incomparência vistos de perto pelos corpos que permanecem distânciados pela presença. Sou corpo, minha carne de ímpeto, silhuetas de requinte. Bebe-me na gula da tua ânsia! Compartilha os quereres de beber dos delicados tons da pele os sabores que aspiro. Odores, mecla da fricção, inata embriagação! Visões alcoolicas nas naturais inclinaçoes do corpo, deste dar das minhas linhas curvas aos teus planos dorsais.

terça-feira, maio 23, 2006

Sofrêgos Desejos dos Jovens Suspiros

Sofrêgos desejos!
Inadvertências que vejo –não quero;
Exitações dos descobrires
Primeiros passos hesitantes
Fecho os olhos conjuntamente com as mãos
Como nestas te desejo prender
Deste sentimento não mais me apartar
Felicidades inflamadas de mais fortes pulsares
Cristas, pontos máximos de medidas desmedidas!
Incomensuráveis sentires de vida sentir escorrer em mim.
Emoções que me lavam o rosto e no seu curso levam tudo
Que em mim outrora ficou.
Direcção aos desconhecidos
Novos olhares direcionados sobre visões renovadas
Suspiros jovens.

Reminiscências Frescas

Reminiscências frescas de momentos que perto ainda moram. São à bocados medidos nos minutos da luta do quebrar o enlance das mentes nossas pelo tempo. Agregações deixadas ao ar das palavras que entre nós fugiram. De pé, de fronte aos nossos rostos permanecemos, sem que sobre nós se abatessem as dores; como nestes momentos d’alma o corpo se separa e por esta se arrebata esquecendo os sentidos doridos pelas dores das horas! Desprezável sensação quando tantas outras tão mais intensas no nosso âmago são geradas. Olhámos os olhos, num beijo dos rostos unidos, meios que da visão se escapam. Sinais, envolvência, corpos além dos animais. Idiotas não bastam! Não nos chegam os corpos sadios semi expostos às temperaturas primaveris temos de sempre querer mais, mais da alma, mais da mente! Corpos de mentes apelativas de sensitivas texturas intelectuais que nos roçem a pele com dedo de mente. Consinto, não minto, a essas mãos violadoras do meu períobolo emocional que com as mãos sobre a tez ruborizada do meu rosto encantam-me as razões. Fundações que agora oscilam em mim que pouco me prendem e sobre o chão me arramesam. Escorrego nas margens dos imprevistos nunca antes vistos como rios. Águas que me banham os contornos da razão onde a mente se enquadra. Palavras soltas pela boca tua, significações pensantes. Prazeres concomitantes das nossas mãos juntas que enlançadas não estão e, mesmo assim, se deleitam.

segunda-feira, maio 22, 2006

Pele do Papel

Olho-te demoradamente a vista cansada por nela já ter tido imprimidas tantas letras. Foram páginas e páginas infindáveis roles de páginas sobre as quais hoje te debruçaste. Manifestações da língua viva escrita a tinta ao longo das linhas imaginárias das folhas brancas. Orações não tuas. Ideias de outrém. Composições que a ti não te pertencem. Nem a mim. À minha pessoa cabe a execução das obras ligeiramente poéticas de quem escreve prosa em verso, desrepeita as regras postuladas, que feitas foram para serem rompidas,uma escrita ordenada que nego. Livros meus em que a minha letra figura ao lado tua, díspares formas das síbalas que compõem palavras em harmonia. Caótica sintaxe equilibrada pelo savoir faire de quem ama o que fala. Falas que sussuras ao meu corpo, presentes disdáslicas indicadoras das trocas do meu corpo com o teu. Dramaturgos. Teatros sem guiões. Frases deixadas à criativadade singular, tão propria de cada um, tão peculiares quando aglutinadas. Assim apresentamo-nos nós ao mundo; diferentes do banal livro encadernado a mal gosto, encerrando ideias de mentes pobres, que a nenhum lado nos levam, a nenhuma dimensão nos reportam. Exactamente o mesmo. Apartamo-nos repetidamente deste mundo deslavado pela escassez de envolvência linguística tipíca dos corpos que contra argumentam. Diálogos, dialectos corpóreos, argumentações feitas sobre a pele. Pega no lápis que jaz solitário sobre as resmas dispostas sobre a mesa; rabisca-me ao sabor das abstrações diárias. Foge em mim, teu papel submisso à tua letra. Só tu em mim duras. Vem escrever comigo que as inspirações são pobres aquando da tua falta. Verbos transitivos incompletos sem os seus completos. Conjugações que se pretendem elevadas a verbo nos indicativos do presente. Abre-me e lê-me com a mesma devoção com que estudas. Leituras que só as pálpebras fechadas sobre os olhos conseguem perceber. Vistas que se perdem para as caricias textuais de frases que nunca antes foram tão reais quando escritas noutros papéis. Vem escrever comigo, somos devotos da língua; das nossas que se perdem uma na outra enquanto deslizam suavemente pelas suas húmidas texturas.

sábado, maio 20, 2006

Reminiscências do Tempo

Reminiscências dos sabores apagados hoje que línguas gastas não sentem. Gastamo-nos mutúamente em fricções prolongadas gemidas no mesmo comprimento das pontes que estabelecemos. Carne que se ergueu e a mim se estendeu oferecendo me todos os prazeres do seu trajecto. Num ontem indefinido, que vagidos não registam datas, datamos os desejos consumados. Loucos incontestáveis arreitamentos, ímpetos que almejo sentir novamente suprimidos. Vivo direcionada aos prazeres maiores, que tu e eu juntos, numa entrega total de perfurações carnais. Vício da carne que implora. Sucumbo aos precipícios com desejo de me atirar abaixo destes em busca do viver. Vontades autónomas que de mim fogem e o meu corpo usam. Memórias feitas atentados dos dias calmos onde o prazer perde-se para as responsabilidades e as imagens para a história. História que contamos juntos, em paralelo, compartilhando a execução da obra a duas mãos que escrevem palavras com a mesma caneta. Inscrevemos em papel as palavras soltas por bocas que se abrem e se dão uma à outra. Húmidades vertidas sobre a permeável pele que estes sorveu e por contactos se embriagou. Bebados toques fermentados a orgasmos que desgustei demoradamente numa tentativa infrutífera de registar tais composições orgânicas na mente. Tentativas minhas de não te esquecer. Demonstrações do poderio do corpo versus mente. Razões esquecidas e assim pretendidas de quem apenas quis alcançar a liberdade. Capítulos catologados pela tesão esquizofrénica que por metamorfose se transforma em novos ensejos! Oportunidades de conjuntamente sermos mais que letras dispersas jogadas sem nexo por folhas soltas. Ganhamos novos sentidos reavivando os já esquecidos pelos toques que não compareciam parecendo que nunca mais retornariam. Aos gostos da carne nos habituámos assumindo que estes se prolongariam indefinidamente até aos limites da imortabilidade em vez de reconhecermos o seu carácter perecível; o deles e o nosso. Enquanto ainda é tempo devolve-me o completo do meu corpo, o teu!

segunda-feira, maio 15, 2006

Espasmicamente Liberta

Toma-me nos teus aconchegos que me sinto perdendo para o rigidez de um de regaço que para abraço não foi feito. São olhares pedintes repletos de urgências ditas como carnais. São apelos da carne à satisfação apelativa. Acolhe-me nesses teus traços que te fizeram homem que te definiram como ser que se converteu um dia às ditas curvas femininas. Ditâmes da carne! Tamanha força pujante que nos dobra a mente e entorta-nos a razão em curvas que se fizeram à mão. É urgente o prazer. Sentir me fora de mim adentro de ti! Quero tanto, um desejo pulsante que sinto que me toma por inteiro a alma da carne e me direciona aos caminhos dos teus passos. Persigo-te numa emboscada à qual os olhos fecham a vista desejando nesta cair. Tropeço no teu corpo estendido ao longo dos meus trajectos que nunca foram meus mas sempre teus. Sigo-te; à real visão de um prazer que não se vê porque a matéria escasseia quando chega a altura da sua representação. És tu; sexo que pretendo sentir me rompendo a dentro numa busca sem rumo, nem direcções definidas, apenas tendo prazeres em vista. São previlegios de quem nas veias corre a vida. Vem e toma-me que o teu corpo sob o meu faz sombra. Troca de posições comigo renovando os nossos enlances. Deixa-me encobrir-te enquanto te sinto me cobrindo. Permite-me que te roube a vida em suspiros gemidos arrepiadores do pouco que ainda permenece inalterado em nós. As razões perecem nas esquinas que nos circunscrevem ao espaço. Dou a minha mão à palmatória do gosto que saboreio demoradamente na minha boca. Sinais teus que perduram aos beijos que trocamos numa tal ardência bruta de quem nos toma a corpo e nos suga a alma! Sensações inaguláveis que poderia descrever contigo em textos longos, em poesias versificadas erguidas à custa das frases compostas apenas por interjeições de quem mudo perdeu a fala e seu timbre deu aos prazeres velozes! Tudo por nós passa sem que nos apercebamos porque em nós não vive a intenção de o quereremos saber. Quero-te, a ti somente, encarcerados numa intimidade fechada a colatras que as carnes aglutinadas formam. És prazer que não me engana mas que aos meus sentidos deturpa o próprio sentir. Desfaleço nessas tuas mãos que encerram poderes. Poderes de poder me sentir espásmicamente liberta! Nada mais me interessa!

sexta-feira, maio 05, 2006

Vozes que Falam Mudas

Dispersos olhares por entre os afazeres. Contactos da vista na vista quando ambas deslizam pelos cantos desconcentradas. Abstracções simultâneas que nos unem feito pontes invisiveis sem partida nem chegada. Vice-versas. Olhares trocados. Recíproca cumplicidade nas pontes sem fundações do olhares suspensos pelas partículas do ar. Dispensamos tempos. Substituímos as atenções já perdidas nas folhas dos afazeres por conjecturas que desenham pulsões em papéis. Pensamentos que traçamos sós compondo obras em parceria. As distâncias palmilham-se com a mente e os desejos encurtam-nos os corpos. Fazemos tudo sem nada fazer. Distracções apelativas no teu rosto que às quais só em parte sucumbo. Os reais ainda se fazem sentir vivos em mim impedindo-me os divagares que tanto desejo. São flutuações da minha mente percorrendo um lá e um cá imaterial pois a carne permaneçe aonde sempre esteve sentada à mesa da desconcentrações. Retomamos os parágrafos deixados em suspenso, às sucessões das linhas sempre vistas como extensas, aos trabalhos que neste instante não queremos ter presentes. São os tem de ser da vida quando as vozes não são ouvidas. Silêncios esclarecedores. Dúvidas dissipadas nos embates visuais. Demoro-me nos olhares da partida ansiando por um dia que me ouça chamativa pelo o real toque das tuas mãos..