Encara(me)
Solta as mãos da cara para que possa ver as tuas expressões e, francamente, olhando-te aos olhos tomar-te de novo para mim. Sei que sou teu olhar de perdição; olha para mim. Perde-te na beleza do meu rosto que assim o achaste antes e desde então pouco tempo decorreu. Há algo em mim que me diz; quero perder-me em ti. Lutas contra a tua própria vontade visceral de me tomar nos braços e de na minha boca saboreares demoradamente os desejos mutuamente nutridos. Dá a tua boca à minha!... Quero experimentar sensações labiais além dos lábios bocais. No sonho teu, sei-me feliz. Meu desejo orienta-se no aqui e no agora; quanto mais perdurará ele sem que olhes para mim? Olha-me francamente; ainda é tempo dessas vontades por perder para o tempo. Vamos experimentar-nos. Ainda vamos a tempo; basta que me olhes…
2 Comments:
O motivo que aqui me trouxe não me permitia (por ignorância ou o inverso) esperar o inebriante discurso lascivo e pejado de emoção crua com que me deparei. Não me refiro especialmente ao presente texto mas a tantos outros que não pude evitar descobrir.
Gosto de ver a língua portuguesa tão bem utilizada nesta sua acepção tão mal entendida.
Serei leitora assídua.
A meu ver, como em outras tantas áreas, a escrita é uma experimentação. Para além do mais, anima-se com a vida e nós estamos em permanente mudança. Venha até cá e continue a ler se gostar.
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