segunda-feira, maio 15, 2006

Espasmicamente Liberta

Toma-me nos teus aconchegos que me sinto perdendo para o rigidez de um de regaço que para abraço não foi feito. São olhares pedintes repletos de urgências ditas como carnais. São apelos da carne à satisfação apelativa. Acolhe-me nesses teus traços que te fizeram homem que te definiram como ser que se converteu um dia às ditas curvas femininas. Ditâmes da carne! Tamanha força pujante que nos dobra a mente e entorta-nos a razão em curvas que se fizeram à mão. É urgente o prazer. Sentir me fora de mim adentro de ti! Quero tanto, um desejo pulsante que sinto que me toma por inteiro a alma da carne e me direciona aos caminhos dos teus passos. Persigo-te numa emboscada à qual os olhos fecham a vista desejando nesta cair. Tropeço no teu corpo estendido ao longo dos meus trajectos que nunca foram meus mas sempre teus. Sigo-te; à real visão de um prazer que não se vê porque a matéria escasseia quando chega a altura da sua representação. És tu; sexo que pretendo sentir me rompendo a dentro numa busca sem rumo, nem direcções definidas, apenas tendo prazeres em vista. São previlegios de quem nas veias corre a vida. Vem e toma-me que o teu corpo sob o meu faz sombra. Troca de posições comigo renovando os nossos enlances. Deixa-me encobrir-te enquanto te sinto me cobrindo. Permite-me que te roube a vida em suspiros gemidos arrepiadores do pouco que ainda permenece inalterado em nós. As razões perecem nas esquinas que nos circunscrevem ao espaço. Dou a minha mão à palmatória do gosto que saboreio demoradamente na minha boca. Sinais teus que perduram aos beijos que trocamos numa tal ardência bruta de quem nos toma a corpo e nos suga a alma! Sensações inaguláveis que poderia descrever contigo em textos longos, em poesias versificadas erguidas à custa das frases compostas apenas por interjeições de quem mudo perdeu a fala e seu timbre deu aos prazeres velozes! Tudo por nós passa sem que nos apercebamos porque em nós não vive a intenção de o quereremos saber. Quero-te, a ti somente, encarcerados numa intimidade fechada a colatras que as carnes aglutinadas formam. És prazer que não me engana mas que aos meus sentidos deturpa o próprio sentir. Desfaleço nessas tuas mãos que encerram poderes. Poderes de poder me sentir espásmicamente liberta! Nada mais me interessa!