quarta-feira, maio 31, 2006

Minha carne de ímpeto

Não me basta! Tua visão solitária de corpo sozinho sentado à mesa é me francamente insuficiente. É pouco sustento às fantasias que me tomam as forças da mente. Sinto me perdendo, errando por estes caminhos que a mim não te levam, que a ti não me trazem às mãos. Urgências adimensionais sem formato de medida. Receptividade plena, entrega da mesma natureza. Instintos condutores das minhas ideias fluatantes. Abracções que sobre nós dois pairam e sobre nossos corpos recaem. Aguardo, impaciente espectadora dos cenários que podiam ser nossos e que, ainda, não são! São apenas saberes que sentires não são, a não ser desejos de partir. Ir além daqui. Espaço terreno de tão mundano que é me satura os intistintos. Cavernosos desejos. Fantasia que goteja, meus traços puros que almeja! Aspirações do chegar a ter mais que mãos vazias. Dissabores da incomparência vistos de perto pelos corpos que permanecem distânciados pela presença. Sou corpo, minha carne de ímpeto, silhuetas de requinte. Bebe-me na gula da tua ânsia! Compartilha os quereres de beber dos delicados tons da pele os sabores que aspiro. Odores, mecla da fricção, inata embriagação! Visões alcoolicas nas naturais inclinaçoes do corpo, deste dar das minhas linhas curvas aos teus planos dorsais.