terça-feira, fevereiro 27, 2007

Poligâmica Por Temperamento

Estou ciente que estás sentado no lugar contíguo ao meu, com o braço disposto sobre as minhas costas num embalo que me aconchega pensamentos infiéis que a vista não se nega a ter. Tenho o temperamento incontornável de uma puta, que em vez de se abrir à troca de favores, se abre à consolação do seu estado de aflição. Emoções do meu corpo mal habituado que, por sua vez, habituou mal a minha mente Quando a ausência surge, o meu corpo se insurge! Não obstante a tua presença, a insatisfação permanece como uma vicissitude duma carne que nunca se contenta. Como resultado, afloram à minha pele novas vontades revigoradas dos sentidos revoltados, vergando a razão à sua natureza frágil ao confronta-la com a natureza inata da minha carne. Traição, experienciação da infidelidade. Vivo para sentir o prazer em mim correr e para a correspondência de um olhar como este que estabeleço com outro corpo em outra mesa sentado. Violações do Decálogo. Pecados tomados em corpos gasosos; meras cogitações mentais que se fundem a vontades reais. Não nasci para ser fiel.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Tesão Mortificada Pela Insatisfação

Sai de cima de mim que não consigo respirar com o teu corpo sobre o meu! Afasta-te que não suporto a tua presença, vai para longe que o teu corpo ofende a minha vista e incita uma raiva que sempre impedi de transparecer! Estou mais do que saturada! Sinto-me totalmente farta de crer, as desilusões aglomeraram-se em fardos grandes demais para não serem vistos. Acabou-se. Não consigo mais perpetuar este jogo de quero-te quando tu não me queres. Adeus! Nem penses no que o teu rosto deixa ler, estas palavras não são fingidas! O meu estado de tesão morreu. Declarado o homicídio pouco nos resta a dizer e nada temos em comum que nos entrose de novo o caminho para o quarto. Nem me fales naquele teu agachamento devassado à luz de um publico desconhecido numa dessas noites perdidas que nos encontraram a comermo-nos com modos longes de serem politicamente correctos. Não será o passado a alimentar o futuro, nem a saciar as minhas vontades que ainda vivem por não me quereres quando te quero. Já lá vai o tempo da sintonia e da tesão que nos brotava das mãos, que percorrendo os nossos membros pela pele penetrava contaminando-nos de desejo. Falas-me da selvajaria na ponta da tua língua que me lambeu à luz de um desejo que de insatisfação faleceu!

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Cavernosamente Apetecível

È esta loucura que me faz cativa destas posições que apenas dois corpos juntos podem tomar. E mais do que o prazer que de mim e em mim escorre é este sentido, posterior à foda, de me sentir tão bem fodida que me faz almejar por mais dessas penetrações rompantes. É a tesão de uma visão fantasiosa que dá inicio às humificações mentais, que quando transformada em realidade palpável, se espelha nos contorceres do meu corpo, nas minhas palavras sussurradas no cume da vontade, na expressão que tomam os traços do meu rosto, na posição convidativa das minhas pernas, abertas o suficiente para quereres por elas irromper e a adentro te vires. Potencia-me este desejo cultivado na mente. Dá me a possibilidade de ser porca que, com prazer, desenvolvo o ensejo propicio para as ditas fodas que já dei contigo na minha mente. Como poderíamos ser escravos de outra coisa se não somente dos nossos sentidos ao rubro do deleite da pele adentro da pele roçando-se cavernosamente! Ai, estas vontades ainda em formato de desejo, suplantadas pela incomparência das carícias, consomem-me na medida em que me farto da fertilidade da minha imaginação. Reivindico o direito à foda, aos lençóis remexidos, o corpo suado moído! Reclamo outra mão altruísta ajudante da minha... A tua está-me a apetecer!