segunda-feira, junho 12, 2006

Místico Toque

Tomas-me em ti e nos teus braços estilham-se as minhas muralhas mal acimentadas, erguidas a partir das frustrações passadas. Místico toque que se infiltra nestas recém brechas abertas à vinda dessas novas sensações que um dia me neguei. Inundam-me os sentidos dos teus palmilhares desmedidos, essas perscrutações urgentes das tuas mãos que a dentro de mim procuram mais que o corpo e só repousam quando a alma lhe tomam na palma. Anseio em tamanho desespero que irrompas adentro de mim e me sossegues os suspiros. Toma-me a minha boca na tua, enquanto roçando os lábios te sinto procurando todo o meu corpo e trazendo-o mais para junto de ti rendo-me. Gemo-te as derrotas racionais que, face ao poderio de um beijo sentido, se desvanecem. Deixemo-nos de pensamentos complexados, tais teias que nos povoam a mente e a pele nos insensibilizam. Não penses, sente! Repousemos as agitações mentais destes dias em que nada mais fazemos que sentirmos as duras reponsabilidades diárias sobre os corpos que as horas cansam à sua passagem. Emaranhados sensoriais. Sente-me, a mim, sim, tocando-te suavemente os teus sentidos imergentes. Vida que na minha mão desfalece! Linha sinuosa curva que desemboca na fonte dos meus sentidos e que à minha vista mendiga o beijo de minha boca é esse o teu pescoço, minha saciedade pura. Sorveres medidos na medida dos sentidos! Imerge em mim uma necessidade crescente de vida que brote, que bebendo da minha me faça viver da sua.