terça-feira, novembro 21, 2006

Duplamente Curvilíneo

Encaminho-me para um fim, enveredando por locais de natureza familiar que palmilhei noutros tempos por razões diferentes. Hoje tudo tem um propósito especifico. Continuo andando em direcção as expectativas, à consumação das minhas ânsias de querer sempre mais. Tento apaziguar os meus pulsantes quereres que, gritantes, impedem que ouça para além das vontades. Não me ouço caminhar. Vou na esperança de encontrar o que me propôs hoje achar. Outra carne, um sexo similar. Uma alma que forme comigo um conjunto par. Curvas que se façam mais sinuosas enquanto pelas minhas viram! Alguém cujo corpo seja estrada de navegar, onde sem medos possa me afundar, vir à tona, respirar! Nessas curvas quero eu embater o meu corpo por inteiro, estilhaçar os desejos em fragmentos satisfeitos! Dá-me o teu olhar, deixa-me perscrutar a tua alma por ele adentro, sentir a fragrância do teu intimo exalada pelos poros da tua cara, enquanto te acaricio a face em jeito de respeito. Desculpa, caso tenha ido mais longe do que devia, todavia, já pouco controlo a lascívia que corre em mim. Sou contigo, corrente sem leito aonde navegar... És comigo, carne de curvas indefesas! Minha alma complemento sozinha, exasperando pelo reconforto que mãos como as minhas encerram na pele suave que recobre a suas palmas! O teu corpo assenta o que a tua boca cala e o que os teus olhos expressam. Permite-me que te indague as curvas com as minhas mãos e que com elas inscreva na tua pele sinónimos de prazer consentido, tanto quanto, almejado pelos nossos dedos que, agora, se interlaçam.