terça-feira, setembro 05, 2006

Lúbrica Reminiscência

No silêncio das luzes apagadas a minha mente viaja. Estas noites solitárias consecutivas agravam-me os desejos. Solidão: ar indispensável à vida das apetências carnais. Mão em mim. Uma, duas, três vezes; triplica-me a falta de tudo o resto que a mim mesma não me posso dar. Fartam-me estes prazeres pessoais. Toques mecânicos a mais, sossegos a menos. Sinto-me perdendo para o domínio dos ímpetos... Mais carne que a minha já não me serve. Cessar dos toques. Apartares entres os meus dedos que tantas noites me saciaram com o meu sexo sob o qual repousaram e que sentindo a sua emergência se agitaram. Já me dói o pulso. São dores que se prolongam atingindo- me o braço e, em última instância, a mente me afectam. Venho-me e estou só. Gemidos sem outros que os acompanhem. Expressões faciais sem vistas que as enxerguem. Investidas perdidas em segundos pásmicos. Só. Prazer. Meu prazer sem o teu que me apraz. Queria dar o meu prazer ao teu prazer de me ver gemer, de te sentir pulsante em mim, gemendo ao sabor dos meus vagidos. Gozamos outras noites juntos, as satisfações de nos tocarmos mutuamente e vistos sermos gritando aprisionados em nossos corpos agitados de compleição ruborizada! Recordo-me. “Lubricidade. Qualidade daquele que a pé juntos se ajoelha defronte de mim e me expande os horizontes curtos das pernas fechadas. Lúbrico descer, lubrificações a acender. Já se gotejam os futuros prazeres! Ajudas húmidas tomadas nas mãos de quem as deseja sentir escorregadias sobre a sua pele. Abertura, bebericares no cálice das entre pernas. Lambuzados néctares. Tacteares ao longo da carne, dos topos aos vales que acolhem os dedos extasiados pela adrenalina da descida. Desce, desce, só um pouco mais... “ Envolvências nulas constrantes com os desejos em demasia!